Comunicado sobre Auditoria

É com grande preocupação que os membros da Candidatura Independente ao Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting Clube de Portugal (“CI”) que participou nas últimas eleições notam o evoluir dos preparativos para a auditoria às contas do Clube. A este respeito, e por ter recebido várias perguntas por parte dos seus apoiantes sobre que papel teria a CI, não pode esta deixar de comunicar o seguinte:

1. O termo “auditoria” é hoje parte integrante do vocabulário dos Sportinguistas, tendo-se tornado, ao cabo dos últimos anos, um dos pedidos mais insistentes por parte de quase todos os quadrantes leoninos.

2. A importância de uma verdadeira auditoria de gestão desde Junho de 1995, combinada com a elaboração de um “livro branco” que detalhe a gestão de todas as dezanove sociedades que compõem o chamado “Grupo Sporting”, quer em termos quantitativos de evolução de passivo e activo, quer em termos qualitativos sobre as escolhas tomadas pelos sucessivos Conselhos Directivos (“CD”), foi inicialmente sublinhada pelo Movimento Leão de Verdade e mais tarde pela candidatura Ser Sporting, cujos membros, conforme é sabido, integraram em parte considerável a CI.

3. Mais ainda, nas últimas eleições, foi a CI a única candidatura a avançar com um modelo concreto de auditoria e com os indicadores de gestão que doravante devem ser regularmente apresentados aos Sócios. Cumpre notar que a lista vencedora começou por nem propor uma auditoria, aderindo mais tarde a esta proposta, percebendo talvez a importância que os Sportinguistas hoje unanimemente lhe dão.

4. Por todos estes motivos, a somar ao facto de que a votação da CI nas últimas eleições (6,61%, correspondentes a mais de 1000 associados) revelou um grande número de Sportinguistas com intenção de que as medidas da CI fossem implementadas, foi sem surpresa que esta reagiu quando foi oficiosamente contactada no passado dia 29 de Março por um dos elementos do recém-empossado CD, Pedro da Cunha Ferreira, que transmitiu aos membros da CI o interesse em que estes participassem na definição das regras e âmbito da auditoria.

5. Para este efeito, foi inclusive agendado um contacto posterior com o Presidente do CD, para que se combinasse uma data para uma reunião. A CI, agindo de boa-fé, confiou então que seria incluída neste processo.

6. No entanto, nenhum destes contactos subsequentes se materializou até à data deste comunicado, tendo a CI verificado pela comunicação social que a comissão de supervisão da auditoria a realizar já terá sido formada, tendo sido ouvidas apenas representantes de algumas das listas candidatas ao CD.

7. Face a este conjunto de circunstâncias, podemos ser levados a concluir que o presente CD decidiu deliberadamente excluir a CI, por entender que esta exigiria uma auditoria em moldes que não lhe interessa fazer. Para a CI, o incumprimento deste compromisso – oficioso – é um sinal funesto quanto ao detalhe e escopo da mesma. Com efeito, o CD do Clube, tendo conhecimento do formato de auditoria defendido pela CI, terá optado por não o discutir com a mesma, ao contrário do inicialmente previsto.

8. Assim, a CI deixa aos Sportinguistas a garantia de que permanecerá atenta e vigilante ao desenrolar deste processo, pugnando por que a auditoria a realizar compreenda, necessariamente, pelo menos os seguintes aspectos:

a. Apresentação de contas consolidadas do período em questão, com indicação das relações existentes entre as várias sociedades do Grupo e da análise das transferências de valor entre as mesmas;

  • a) Apresentação de contas consolidadas do período em questão, com indicação das relações existentes entre as várias sociedades do Grupo e da análise das transferências de valor entre as mesmas;
  • b) Análises financeiras às participadas do Sporting Clube de Portugal, no sentido de se avaliarem indícios de imparidade nas mesmas;
  • c) Evolução de passivos e activos, relacionando-a com os sucessivos CD; e
  • d) Gestão e evolução do património do Clube, com explicação detalhada sobre os principais negócios, como a venda dos terrenos do antigo estádio, construção do estádio e da academia e venda do património não desportivo.

9. A CI não permitirá e denunciará qualquer manobra de branqueamento que permita resolver a questão da auditoria com um afloramento inócuo das matérias, reservando-se ainda o direito de, a seu tempo, emitir um parecer sobre os resultados que a auditoria revele e a idoneidade dos mesmos.

10. Independentemente de quaisquer resultados eleitorais, a CI permanece intransigente na sua defesa dos interesses do Sporting Clube de Portugal.

Não desistimos de um Sporting transparente e informado sobre o seu passado, para que possa enfrentar com confiança o futuro. Continuamos fiéis aos valores que defendemos:

Independência. Rigor. Verdade.

Lisboa, 14 de Abril de 2011

A Candidatura Independente ao Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting Clube de Portugal

2 Respostas

  1. É pá, já chega! Já agora os tios, primos, sobrinhos, os afilhados e outros que também são do Sporting e tal, que também devem ser ouvidos porque estamos numa democracia e todos devem participar… Enfim!!!!!

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